domingo, 1 de maio de 2022

À QUEIMA ROUPA


 Se lhe perguntassem, assim de repente, quais os cantores de Abril antes de 25, e continuaram depois, os que acreditaram, como disse o poeta, que o poema fosse microfone e falasse uma noite qualquer para que a lua estoirasse, diria:

Adriano, José Afonso, Manuel Freire, Sérgio Godinho.

E os outros?

Sim, são muitos e de alguns gosta mesmo, José Mário Branco, Samuel, Fausto, por aí aí fora…

Mas os quatro escolhidos estão ditos.

Hoje, no Dia Mundial do Punho Erguido, pega no Sérgio e no álbum À Queima Roupa, um dos muitos grandes álbuns de Sérgio Godinho. O melhor? Que seja, ou não, mas possui na primeira faixa do lado A uma das melhores entradas de canções portuguesa. Só portuguesas?

A paz, o pão, habitação, saúde, educação.

É o primeiro disco do Sérgio editado nos novos dias de então.

Começado em Vancouver, onde Sérgio vivia com sua mulher, Sheila Charlesworth, continuado e finalizado em Lisboa, nos estúdios da Rádio Triunfo, com José Fortes como engenheiro de som.

Dizem que o ódio é baboseira
E que a raiva é má conselheira
Mas nós com o grande capital
Damo-nos mesmo muito mal
Damo-nos mesmo muito mal.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte.


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