Se lhe perguntassem, assim de repente, quais os cantores de Abril antes de 25, e continuaram depois, os que acreditaram, como disse o poeta, que o poema fosse microfone e falasse uma noite qualquer para que a lua estoirasse, diria:
Adriano, José Afonso,
Manuel Freire, Sérgio Godinho.
E os outros?
Sim, são muitos e de
alguns gosta mesmo, José Mário Branco, Samuel, Fausto, por aí aí fora…
Mas os quatro
escolhidos estão ditos.
Hoje, no Dia Mundial
do Punho Erguido, pega no Sérgio e no álbum À
Queima Roupa, um dos muitos grandes álbuns de Sérgio Godinho. O melhor? Que
seja, ou não, mas possui na primeira faixa do lado A uma das melhores entradas
de canções portuguesa. Só portuguesas?
A paz, o pão, habitação, saúde, educação.
É o primeiro disco do
Sérgio editado nos novos dias de então.
Começado em Vancouver, onde Sérgio vivia com sua mulher, Sheila Charlesworth, continuado e finalizado em Lisboa, nos estúdios da Rádio Triunfo, com José Fortes como engenheiro de som.
Dizem
que o ódio é baboseira
E que a raiva é má conselheira
Mas nós com o grande capital
Damo-nos mesmo muito mal
Damo-nos mesmo muito mal.
O
grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte.
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