Hoje, quem nos autografa o poema é João José Cochofel.
46º
Aniversário é o volume nº 20 da Colecção Poetas de Hoje editada pela
Portugália.
A
Urbano Tavares Rodrigues calhou o prefácio do livro sobre a poesia de Cochofel.
«Como Roger Vailland, a
cujo ouvido a palavra patrão ressoava sempre como afronta à sua dignidade de
homem, o autor de 48º Aniversário se rebela contra os hábitos e estereótipos de
servidão, contra a imagem lôbrega de um povode negro trajado, mudo e vencido,
mas dá-se conta, ao mesmo tempo, com honrada noção dos seus limites, daquilo
que lhe assiste ou para que é fadado. Nada repugna mais ao poeta João José
Cochofel do que adornar-se com penachos faustosos, qualquer que seja a cor
dessas galas.
Homem que
sou
no cárcere
que é o nosso,
sei o que
sou,
dou o sangue
que posso.»
Cochofel,
como autógrafo escolheu, do livro, um poema de Rondó:
Canta, ó amargura,
grito fértil do tempo.
Canta sem cessar
pela noite dentro
Não fere os ouvidos,
cantiguinha mansa.
Rói na clausura
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