A crónica de Ana Cristina Leonardo, publicada ontem no Público com o título Dúvidas Metódicas, lembra uma das muitas histórias que a rapaziada do ar condicionado em gabinetes na Comissão Europeia que envolviam frutas e vegetais que necessariamente obrigava a determinados tamanhos, bem como a não utilização de colheres de pau nos restaurantes e nas nossas casas e também os galheteiros nos restaurantes, as bolas-de-berlim vendidas na praia, o pão duro (que mais tarde alguém veio lembrar ser indispensável às açordas), as chávenas de café em louça nas esplanadas, a marmelada à fatia, etc., etc. Contas feitas, em nome da higiene e segurança alimentares, punha-se em risco tudo o que fosse artesanal, dos queijos de Azeitão à sopa de couves confeccionada com legumes colhidos directamente do quintal ao lado não registado nas Finanças.
Tal como escreve Ana Cristina Leonardo:«A mudança foi radical e deu-se numa dúzia de anos. Estávamos em Julho de 2009 quando a comissária europeia para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, a dinamarquesa Mariann Fischer Boel, que exerceria o cargo entre 2004 e 2010, anunciava a reabilitação dos produtos hortícolas defeituosos: “Trata-se de um exemplo concreto dos nossos esforços para eliminar burocracia desnecessária. (…) Na actual conjuntura de preços elevados dos produtos alimentares e de dificuldades económicas generalizadas, os consumidores devem poder escolher entre a mais vasta gama de produtos possível. Não tem qualquer sentido eliminar produtos de perfeita qualidade, apenas porque têm uma forma errada”.»
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