O Jogador
Dostoievski
Versão
portuguesa de Armando Luiz
Colecção Livros
RTP nº 3
Editorial Verbo,
Lisboa s/d
Passaram dois dias sobre aquela tarde tão estúpida,
Quantos gritos, ruído, vozes e surpresas! Que desordem, que estupidez e
vilania! E o culpado de tudo era eu! O que por vezes dá vontade de rir, a mim
pelo menos. Não consigo compreender o que se passa comigo, se efectivamente me
encontro num estado de alheamento ou, se, simplesmente, perdi a cabeça e
provoco escândalos – isto, enquanto não for interditado. Às vezes parece-me que
estou a ficar louco. Outras vezes, no entanto, convenço-me estar de regresso à
infância, aos bancos da escola, e o que faço serem apenas grosserias de
colegial.
Polina é que tem a culpa de tudo! Se não fosse ela,
não tereia surgido em mim esse espírito de colegial. Quem sabe, talvez isto
tudo se deva ao desespero (por mais estúpido que pareça). E não compreendo, não
consigo compreender o que haverá de bom nela! Formosa, claro que é. Creio até
que é sedutora. Porque também enlouquece outros além de mim.
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