segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OS IDOS DE NOVEMBRO DE 1975


16 de Novembro de 1975

APRIMORANDO O SEU Diário e Algo Mais, que conheceu edição como Não Percas a Rosa, Natália Correia assusta-se coma Comuna de Lisboa e escreve sobre a fuga das gentes políticas par o norte do País.
Escrevendo, em Tomar, a 15 de Novembro, refere que amanhã é o dia.
O dia é o de hoje, domingo, em que as ruas de Lisboa se encherão de povo a caminho da Praça do Comércio, exaltando o Poder Popular.

AS PALAVRAS DE NATÁLIA CORREIA:

Amanhã é o dia. É o que afirmam as pulsações enlouquecidas da revolução a convulsionarem-se no parto da besta que lhe esperneia nas entranhas. Desta vez não se trata de mais um presságio dos obcecados agoirentos do golpe. Face à impossibilidade de as forças militares democráticas defenderem Lisboa – a capital é o pasto da euforia revolucionária dos operacionais populistas -, os secretariados do PS, do PPD, e do CDS abandonaram a cidade. Os deputados à Constituinte e membros do governo seguiram o cauto exemplo. Todos com os olhos postos numa Nossa Senhora de Fátima que no Comando da Região Militar do Norte se dispõe a despachar anjos fardados para dizimar os diabretes que brincam às comunas no sul.

DO MAR DE GENTE que foi a manifestação, falarão, com o devido detalhe, os jornais de amanhã.
Nem todos, por motivos óbvios, chegarão ao detalhe.
No norte, os líderes em fuga, realizarão comícios.
Pinheiro de Azevedo é esperado para uma manifestação de apoio, na Praça Humberto Delgado, no Porto
Os perigos de uma guerra civil serão tecla marcante dos discursos.

Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- Em Nome da Rosa de Natália Correia

Sem comentários: