sexta-feira, 27 de novembro de 2015

OS IDOS DE NOVEMBRO DE 1975


27 de Novembro de 1975

Face aos acontecimentos, começam a movimentar-se forças que exigem a ilegalização do Partido Comunista, bem como dos partidos da extrema esquerda.

Antes de qualquer tentativa do começo de uma caça às bruxas, o Major Melo Antunes, numa curta intervenção, transmitida pela RTP, exprimiu que o Partido Comunista é fundamental para a construção do Socialismo.

A afirmação caíu muito mal entre elementos do poder político e militar.

Nunca lhe perdoaram!

Para se ter ideia do que se ia passando, é imprescindível voltar ao livro de José GomesMota:

A revolta agonizava às mãos do Grupo Militar do Movimento que com eficiência e um patriotismo notáveis conduzia todas as operações militares.
Desejo, muito vivamente, realçar o sentido patriótico de actuação do Grupo Militar, que não cedendo a quaisquer tentações de exibicionismo sufocou a revolta sem matar a revolução!
É que se o Grupo Militar se tem deixado arrastar para as retaliações que tantos lhe sugeriam, teria sido impossível evitar a violência de determinados confrontos, inevitavelmente o rastilho para quaisquer acções de terrorismo.
  

Nota oficiosa do Estado-Maior das Forças Armadas:


São enviadas para a Prisão de Custóias, alguma dezenas de militares detidos por participação na tentativa de golpe.

Entre eles estão o major Dinis de Almeida, o capitão faria Paulino, o capitão-tenente Marques Pinto.

Os generais Carlos Fabião. Chefe do Estado-Maior do Exército, e Otelo Saraiva de Carvalho, comandante da Região Militar de Lisboa e do COPCON, apresentaram pedidos de demissão dos cargos que desempenhavam, que foram aceites.

O cargo de Chefe de Estado-Maior do Exército passa a ser desempenhado, interinamente, pelo Tenente-Coronel Ramalho Eanes, enquanto o cargo de comandante da Região Militar de Lisboa é desempenhado por Vasco Lourenço.

O COPCON é integrado no EMGFA

Os pára-quedistas de Tancos são passados à disponibilidade.

Fontes:

- Acervo pessoal.

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