Ontem morreu a mulher de um vizinho do primeiro
esquerdo. Cancro. Há sete anos. Pouco a pouco (mas já lá vão quinze anos)
fomo-nos estabelecendo em vizinhança com alguns moradores do prédio. Registo
aqui a morte dessa mulhar para dar algum realce a esse acontecimento bana.
Porque nada há mais banal do que nascer e morrer. E viver. E é o que há de mais
espantosos no universo. Tão espantoso que não temos para isso uma medida de
verosimilhança. Nem o próprio Deus, se existisse.
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