A demolição
do Cine-Teatro Monumental, a ocupação do Cinema Império por uma seita, dita religiosa, são dois crimes que
marcam a vida de Lisboa.
O CinemaImpério tinha uma capacidade para 908 espectadores na plateia e 1418
espectadores nos seus dois balcões.
A sala do
Estúdio tinha uma capacidade para 250 espectadores.
Para além
das fitas e espectáculos de music-hall, Cliff Richard e os Shadows por ali actuaram,
e não só, de 1961 a 1965 albergou uma das mais importantes experiências
teatrais de antes do 25 de Abril : o Teatro Moderno de Lisboa, fundado por um
grupo de actores de que faziam parte Carmen Dolores, Fernando Gusmão e Rogério
Paulo.
O Teatro
Moderno de Lisboa estreou em 13 de Novembro de 1961, com a peça de Carlos Muñiz
“O Tinteiro”, encenação de Rogério Paulo, peça que em Abril de 1962 representou
Portugal no Festival Internacional de Le Theatre de Lutece em Paris.
Dada a
programação cinematográfica do Império, apenas foi possível enconrtar
disponíveis as sessões das 18,30 horas às segundas, terças, quintas e sextas,
para além de uma sessão nas manhãs de domingo.
Segundo José
Carlos Alvarez de José Carlos Alvarez, o Teatro Moderno de Lisboa, foi responsável pela formação de um novo
público e de um novo gosto teatral, num tempo de grande agitação social e
política.
Por motivos referidos
na História Breve do Teatro Moderno de Lisboa, atrás reproduzida, os seus
responsáveis resolveram interromper a actividade da companhia na época de
1963-64.
Receou-se
que seria o fim do Teatro Moderno de Lisboa mas, com o apoio da Fundação Calouste
Gulbenkian, ainda houve a possibilidade de fazerem a temporada de 1964-65, em
que tiveram a oportunidade de representar O Render dos Heróis, peça de José Cardoso Pires.
Reproduz-se
a seguir um texto de João Antunes Tunes, que deveria ser publicado no Diário de Lisboa-Juvenil caso a Comissão
de Censura salazarista não lhe tivesse colocado a indicação de CORTADO.
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