Certamente que
existirão razões, mas o Movimento «MeToo» caiu num exagero hipócrita e
perigoso, num fundamentalismo que não augura nada de bom.
Não tardou muito
que meia dúzia de activistas do «MeToo» corressem a vandalizar uma estátua que
na Florida regista o histórico beijo de um militar e de uma enfermeira felizes
por o pesadelo da guerra ter terminado.
Brigitte Bardot,
hoje com 85 anos, que sabe mais da poda a dormir que o «MeToo» todo de olhos
abertos, disse numa entrevista que a maior parte das denúncias de abuso sexual
no cinema, são casos hipócritas e afirmou que muitas intérpretes «aquecem os
produtores para obter um papel.»
Sharon Stone
quando lhe perguntaram sobre essa história do assédio sexual às actrizes,
soltou uma sonora e larga gargalhada.
E Sharon Stone
também sabe da poda.
QUOTIDIANOS
1.
O juiz Neto de
Moura volta a estar na berlinda e sempre pelos piores motivos.
Um homem de 53
anos deu vários socos na cabeça da mulher perfurando-lhe um tímpano. A vítima
fez queixa e o agressor ficou com pulseira eletrónica como medida de coação. O
agressor recorreu da condenação e, em outubro do ano passado, o juiz Neto de
Moura do tribunal da Relação do Porto retirou-lhe a pulseira eletrónica.
Quando os
técnicos dos serviços prisionais bateram à porta da mulher para lhe retirarem a
pulseira que também usava para prevenir as autoridades em caso de aproximação
do ex-marido ficou em choque.
Disse: «Estou
outra vez à mercê dele».
Que se há-de
dizer mais sobre as aberrações desta sinistra personagem jurídica?
O que fazer?
2.
As mulheres
ganham menos 2464 euros por ano do que os homens.
O fosso salarial
entre homens e mulheres tem vindo a diminuir, mas ainda chega aos 176 euros por
mês. Na semana que passou entrou em vigor a lei que obriga as empresas a
colocar os dois géneros em pé de igualdade.
3.
Este mês de Fevereiro,
quase a despedir-se, trouxe a morte dos actores Albert Finney e Bruno Ganz,
também do realizador Stanley Donner.
No dia 8, com 82
anos morreu o actor inglês Albert Finney, um actor por excelência.
Nunca recebeu um
óscar.
Foi para o lado
onde dormiu melhor.
Uma das suas
últimas nomeações, melhor actor secundário, ocorreu com o seu papel de advogado
em «Erin Brockovich» de Steven Soderbergh em que contracenou com Júlia
Roberts.
Mas nunca se
mostrou entusiasmado com as diversas nomeações.
Aliás nunca pôs
os pés numa cerimónia dos óscares.
«Vivo em Londres, É uma viagem que demora muito tempo,
para depois chegar a um a festa longa e
estar ali sentado seis horas sem poder fumar ou beber. Uma perda de tempo.».
Sobre a morte de
Bruno Ganz, ocorrida no dia 16, o crítico João Lopes chamou a atenção para os
obituários internacionais da morte do actor:
«Sugiro The New York Times, The Guardian e a BBC; ou
ainda as duas “bíblias” da indústria audiovisual dos EUA, Variety e The
Hollywood Reporter. Que há de comum em todas essas evocações da notável
carreira de Ganz? Uma simples omissão: nenhuma delas cita o filme de Tanner.
Eis uma evidência difícil de aceitar, sobretudo se
julgarmos que os lugares de estacionamento concedidos pela capital do país aos
automóveis de Madonna nos colocam no centro do mundo...»
Gosto
prticularmente de dois filmes protagonizados por Bruno Ganz:: «As Asas do
Desejo» de Wim Wenders e «A Cidade Branca» de Alain Tanner. Hei-de
procurar uns papéis velhos e trazer esses filmes até ao «O Q’ué que Vai no
Piolho?»
Por fim, a morte
de Stanley Donner, ocorrida do dia 23.
Nem que seja
pelo simples facto de ao ver a chuva cair, de imediato surgir a vontade de
cantar, seja lá o que for.
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