terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

ETECETERA


Certamente que existirão razões, mas o Movimento «MeToo» caiu num exagero hipócrita e perigoso, num fundamentalismo que não augura nada de bom.


Não tardou muito que meia dúzia de activistas do «MeToo» corressem a vandalizar uma estátua que na Florida regista o histórico beijo de um militar e de uma enfermeira felizes por o pesadelo da guerra ter terminado.

Brigitte Bardot, hoje com 85 anos, que sabe mais da poda a dormir que o «MeToo» todo de olhos abertos, disse numa entrevista que a maior parte das denúncias de abuso sexual no cinema, são casos hipócritas e afirmou que muitas intérpretes «aquecem os produtores para obter um papel.»

Sharon Stone quando lhe perguntaram sobre essa história do assédio sexual às actrizes, soltou uma sonora e larga gargalhada.

E Sharon Stone também sabe da poda.

QUOTIDIANOS

1.

O juiz Neto de Moura volta a estar na berlinda e sempre pelos piores motivos.

Um homem de 53 anos deu vários socos na cabeça da mulher perfurando-lhe um tímpano. A vítima fez queixa e o agressor ficou com pulseira eletrónica como medida de coação. O agressor recorreu da condenação e, em outubro do ano passado, o juiz Neto de Moura do tribunal da Relação do Porto retirou-lhe a pulseira eletrónica.

Quando os técnicos dos serviços prisionais bateram à porta da mulher para lhe retirarem a pulseira que também usava para prevenir as autoridades em caso de aproximação do ex-marido ficou em choque.

Disse: «Estou outra vez à mercê dele».

Que se há-de dizer mais sobre as aberrações desta sinistra personagem jurídica?

O que fazer?

2.

As mulheres ganham menos 2464 euros por ano do que os homens.

O fosso salarial entre homens e mulheres tem vindo a diminuir, mas ainda chega aos 176 euros por mês. Na semana que passou entrou em vigor a lei que obriga as empresas a colocar os dois géneros em pé de igualdade.

3.

Este mês de Fevereiro, quase a despedir-se, trouxe a morte dos actores Albert Finney e Bruno Ganz, também do realizador Stanley Donner.


No dia 8, com 82 anos morreu o actor inglês Albert Finney, um actor por excelência.

Nunca recebeu um óscar.

Foi para o lado onde dormiu melhor.

Uma das suas últimas nomeações, melhor actor secundário, ocorreu com o seu papel de advogado em «Erin Brockovich» de Steven Soderbergh em que contracenou com Júlia Roberts.

Mas nunca se mostrou entusiasmado com as diversas nomeações.

Aliás nunca pôs os pés numa cerimónia dos óscares.

«Vivo em Londres, É uma viagem que demora muito tempo, para depois chegar a um a  festa longa e estar ali sentado seis horas sem poder fumar ou beber. Uma perda de tempo.».



Sobre a morte de Bruno Ganz, ocorrida no dia 16, o crítico João Lopes chamou a atenção para os obituários internacionais da morte do actor:

«Sugiro The New York Times, The Guardian e a BBC; ou ainda as duas “bíblias” da indústria audiovisual dos EUA, Variety e The Hollywood Reporter. Que há de comum em todas essas evocações da notável carreira de Ganz? Uma simples omissão: nenhuma delas cita o filme de Tanner.
Eis uma evidência difícil de aceitar, sobretudo se julgarmos que os lugares de estacionamento concedidos pela capital do país aos automóveis de Madonna nos colocam no centro do mundo...»

Gosto prticularmente de dois filmes protagonizados por Bruno Ganz:: «As Asas do Desejo» de Wim Wenders e «A Cidade Branca» de Alain Tanner. Hei-de procurar uns papéis velhos e trazer esses filmes até ao «O Q’ué que Vai no Piolho?»


Por fim, a morte de Stanley Donner, ocorrida do dia 23.


Nem que seja pelo simples facto de ao ver a chuva cair, de imediato surgir a vontade de cantar, seja lá o que for.

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