Viver para Contá-la
Gabriel García Márquez
Tradução: Maria do Carmo Abreu
Capa: Rita Múrias
Publicações Dom Quixote, Lisboa, Março
de 2003
Até à adolescência, a
memória tem mais interesse no futuro do que no passado e, portanto, as minhas
recordações da aldeia não estavam ainda idealizadas pela nostalgia. Recordava‑a
como era: um lugar bom para viver, onde toda a gente se conhecia, na margem de
um rio de águas transparentes que se precipitavam por um leito de pedras
polidas, brancas e enormes como ovos pré‑históricos.
3 comentários:
Tantas expectativas que eu tinha para este livro, eu que já li a maioria dos livros de GGMarquez; este foi uma grande desilusão. Talvez tenha sido numa má altura...
Não poderei dizer que a sua leitura fosse uma desilusão, mas ficou muito aquém das perspectivas que tinha.
Mas eu tenho um enorme fardo com Garcia Marquez. Maravilhei-me com «Cem Anos de Solidão» e todos os anos pelas férias relia o livro e cada vez me maravilhava mais. Um começo extraordinário: «Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.»
E quem lê um livro como aquele tem certas dificuldades em acercar-se dos outros livros. Garcia Marquez disse que o segredo de uma boa velhice é fazer um pacto honrado com a saudade.
E é quando uma certa melancolia miudinha me trás a memória daqueles tempos de Verão em que relia e relia «Cem Anos de Solidão».
Talvez sejam realmente essas as palavras mais adequadas, caro Sammy : ficou muito aquém das perspectivas que tinha.
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