Relembrando e Comentando
(Memórias de um Operário Corticeiro
José Dos Reis Sequeira
Capa: João Botelho
A Regra do Jogo Editores, 1978
Ainda
na escola, portanto antes dos 8 anos, eu ia depois das aulas, para a fábrica
onde o meu pai trabalhava e onde também trabalhavam muitos rolheiros manuais.
O
trabalho na indústria corticeira era quase todo de empreitada e os rolheiros
para facilitar o seu trabalho pagavam a rapazitos para lhes «desquinarem» os
quadros dos quais ele faziam a rolhas. Isto facilitava muito o seu trabalho.
Gente miúda contentava-se com pequenas retribuições que utilizava para comprar:
fruta, utilidades escolares ou para amealhar.
Eu
saía da escola e ia direito à fábrica, desquinava um caixote ou dois de quadros
para um determinado mestre e ao sábado é que ele pagava a um tanto por caixote.
Isto
duraria pouco tempo, porque no ano seguinte deixei de ir à escola por
dificuldades no lar.
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