«El a odiava a invalidez. Disse muitas vezes que desejava morrer.
-
Mas no estado em que estava, não podia ter-se levantado da cama, descer as
escadas e tirado o tubo de morfina da maleta da enfermeira.
-
Pois não, mas alguém lho podia ter dado – observou Roddy
-
Quem?
-
Uma das enfermeiras, talvez…
-
Não, as enfermeiras não, porque compreenderiam muito bem o perigo que isso
representava para elas!
As
enfermeiras são as últimas pessoas de quem se deve suspeitar.
-
Então… outra pessoa…
Ia
para falar mas calou-se.
-Lembrou-se
de alguma coisa, não lembrou? – perguntou calmamente Poirot.
-
Sim… mas… - Roddu hesitou.
-
Não sabe se me há-de dizer ou não?
-
Sim…
Com
um curioso sorriso aos cantos da boca, Poirot disse:
-
Quando é que Miss Carlisle disse isso?
Roddy
respirou fundo.
-
Co’a breca, adivinhou! Foi no comboio quando íamos para lá. Tínhamos recebido o telegrama a dizer que a tia Laura tinha tido outro ataque. Elinor disse que
tinha muita pena dela, que a pobre senhora detestava estar doente e que agora
ficaria ainda mais impossibilitada e que seria um verdadeiro inferno para ela.
E exclamou por fim: «Tem-se a sensação de que se devia abreviar a morte dessas
pessoas se elas próprias realmente o desejam.»
-
E o que o senhor disse?
-
Concordei.»
Agatha Christie em Poirot Salva o Criminoso
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