Os saudosos do salazarismo, os saudosos da Fé e do Império, conseguiram espaço para que o 25 de Novembro seja comemorado na Assembleia da República.
Andam nisto há uma eternidade!
Há muito que já poderiam ter chegado a esta, triste,
comemoração, mas por diversos factores não o quiseram.
Durante todo um tempo já planearam não sei quantas
manifestações para comemorarem ESSE DIA NÃO!, mas faltam-lhes dedos para
tocarem a guitarra e a pseudo exaltação acaba, quando acaba, em jantares
manhosos, tristes, cheirando a naftalinas.
Agora, um gang de deputados semi-analfabetos, ignorantes
da História, e do que foi o 25 de Abril, puxaram dos galões, abanaram os panos
esfarrapados do lá vamos, cantando e rindo
levados, levados, sim pela voz de som tremendo das tubas, clamor sem fim.
O 25 de Novembro de 1975 foi apenas um episódio dos
longos caminhos de Abril, como o 28 de Setembro de 1974, como o 11 de Março de
1975.
Abril 25 há apenas um.
Sempre!
E acabamos por voltar a José Saramago, Cadernos de
Lanzarote V volume, quando um dia Vasco Lourenço disse:
«Exemplar e oportuno, Vasco Lourenço acaba de produzir uma importantíssima declaração, contribuindo, como só ele poderia, para as alegrais deste dia fasto: «Se fosse preciso, faria outro 25 de Abril…» Dá vontade de lhe dizer que teria podido consegui-lo facilmente se não tivesse ajudado tanto a fazer o 25 de Novembro…»
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