Vinhos
e Aguardentes de Portugal
Anuário
99/2000
IVV
– Instituto da Vinha e do Vinho
Coordenadora:
Maria José Cruz
Lisboa,
2000
“Não
quero salvar o passado. Pretendo apenas conquistar o futuro”.
Em
2000 assinala-se um século da edição do livro “O Portugal Vinícola”, obra
monumental de Cincinnato da Costa, ilustrada com aguarelas de Roque Gameiro
Obra
de referência técnica fundamental na caracterização das castas tradicionais
portuguesas, manteve ao longo do século o mito de livro raro e valiosos, que
constitui, mo seu aparecimento na Exposição Universal de paris de 1900, um relevante
elemento de divulgação de “um dos
primeiros e melhores países produtores de vinho”.
Este
é outro livro que se encontra no Outro Lado das Estantes da Biblioteca da Casa.
Um
enorme livro, publicação anual, com 526 páginas, profusamente ilustrado, onde estará
tudo o que sobre Vinhos e Aguardentes de Portugal se pode encontrar.
Uma
Bíblia? Uma Enciclopédia?
O
que for será!
Alexandre
Dumas dizia que o vinho é a parte intelectual de uma refeição.
Louis
Pasteur: «O vinho é a mais sã e higiénica das bebidas.»
João
Paulo Martins: «O melhor vinho que bebi não foi seguramente o melhor vinho que
já provei. O melhor que bebi foi-o porque eu estava no ambiente certo, com a as
pessoas certas, no momento certo.»
Pedro Garcias numa das sua crónicas no Público:
«A
felicidade à distância de um copo de vinho ou de um beijo na boca de seis
segundos
Nos últimos dois anos, resolvi conceder a mim mesmo pausas prolongadas de
consumo e de exposição ao mundo social do vinho. Recuei para voltar a sentir o
prazer de beber um bom vinho em família e com os amigos, sem me preocupar em
descobrir as mil e uma nuances da bebida. Bebido assim, sem exibicionismos e
excessos, como mero auxiliar do convívio humano, o vinho é mesmo uma bebida
extraordinária, um dos melhores remédios contra o tédio e a angústia existencial.
A felicidade à distância de um copo de vinho ou de um beijo na boca de seis
segundos
Perante o destino conhecido, há quem beba para esquecer e fugir à consciência
clara e insuportável da nossa finitude. Mas não era bem essa a função que Omar
Khayyam atribuía ao vinho. O vinho como analgésico leva quase sempre à adicção.
Quando o tédio é o próprio vinho, mais vale beber água. O programa do poeta
persa era outro e mais simples: se vais ter que morrer, se a vida é um instante
fugidio, então não desperdices nada do que te possa fazer feliz.
Numa taberna pedi a um velho que me informasse sobre aqueles que morreram.
Respondeu-me:
Não voltarão. É tudo o que sei. Bebe vinho.»
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