sábado, 8 de junho de 2024

O OUTRO LADO DAS ESTANTES


Vinhos e Aguardentes de Portugal

Anuário 99/2000

IVV – Instituto da Vinha e do Vinho

Coordenadora: Maria José Cruz

Lisboa, 2000

“Não quero salvar o passado. Pretendo apenas conquistar o futuro”.

Em 2000 assinala-se um século da edição do livro “O Portugal Vinícola”, obra monumental de Cincinnato da Costa, ilustrada com aguarelas de Roque Gameiro

Obra de referência técnica fundamental na caracterização das castas tradicionais portuguesas, manteve ao longo do século o mito de livro raro e valiosos, que constitui, mo seu aparecimento na Exposição Universal de paris de 1900, um relevante elemento de divulgação de  “um dos primeiros e melhores países produtores de vinho”.

Este é outro livro que se encontra no Outro Lado das Estantes da Biblioteca da Casa.

Um enorme livro, publicação anual, com 526 páginas, profusamente ilustrado, onde estará tudo o que sobre Vinhos e Aguardentes de Portugal se pode encontrar.

Uma Bíblia? Uma Enciclopédia?

O que for será!

Alexandre Dumas dizia que o vinho é a parte intelectual de uma refeição.

Louis Pasteur: «O vinho é a mais sã e higiénica das bebidas.»

João Paulo Martins: «O melhor vinho que bebi não foi seguramente o melhor vinho que já provei. O melhor que bebi foi-o porque eu estava no ambiente certo, com a as pessoas certas, no momento certo.»

Pedro Garcias numa das sua crónicas no Público:

«A felicidade à distância de um copo de vinho ou de um beijo na boca de seis segundos
Nos últimos dois anos, resolvi conceder a mim mesmo pausas prolongadas de consumo e de exposição ao mundo social do vinho. Recuei para voltar a sentir o prazer de beber um bom vinho em família e com os amigos, sem me preocupar em descobrir as mil e uma nuances da bebida. Bebido assim, sem exibicionismos e excessos, como mero auxiliar do convívio humano, o vinho é mesmo uma bebida extraordinária, um dos melhores remédios contra o tédio e a angústia existencial.
A felicidade à distância de um copo de vinho ou de um beijo na boca de seis segundos
Perante o destino conhecido, há quem beba para esquecer e fugir à consciência clara e insuportável da nossa finitude. Mas não era bem essa a função que Omar Khayyam atribuía ao vinho. O vinho como analgésico leva quase sempre à adicção. Quando o tédio é o próprio vinho, mais vale beber água. O programa do poeta persa era outro e mais simples: se vais ter que morrer, se a vida é um instante fugidio, então não desperdices nada do que te possa fazer feliz.

Numa taberna pedi a um velho que me informasse sobre aqueles que morreram.

Respondeu-me:

Não voltarão. É tudo o que sei. Bebe vinho.» 

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