A Casa dos Motas
Manuel Ferreira
Capa: José Araújo
Editorial Caminho, Lisboa, Maio de
1977
Tinha
de resolver a questão dos trabalhadores despedidos por causa dos tais papéis.
Que talvez se tivesse precipitado. Sempre fora a opinião da mulher. A culpa, em
grande parte, foi do primo, esse tal que andava lá por Lisboa na grande roda
política, e o mandou inscrever na União Nacional. Mas talvez o primo tivesse
razão. Os tais papéis agora apreciam com frequência, por toda a parte. Falavam
da fome, do desemprego, das greves, da necessidade de os operários se unirem e
reivindicarem junto dos patrões. Mota pensaca: onde é que isto vai parar?
Dois
dias depois alguma coisa mais aconteceria. Ali em Monte reala, na Marinha
Grande, em Leiria e pelos arredores. Tinham levado muitos. E entre eles o Rosa,
o Teixeira, o Manadas, o Caldo e até a Francisca Macha.
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