sábado, 1 de junho de 2024

O OUTRO LADO DAS ESTANTES


 Voltamos àquele lado da estante em que estão certos livros que não têm lugar, por motivos vários, na parte nobre da Biblioteca da Casa. Não deixam de ter a sua utilidade, note-se.

Um velhinho folheto, editado pela Livraria Civilização do Porto, trazido do Fausto Alfarrabista na Angelina Vidal, como oferta, por outros livros que se compraram.

Da autoria de Aguilar Lozano este Compotas de Frutas, Geleias e Marmeladas, lembra-nos que, sempre, o que é doce nunca amargou.

Este útil livrinho, para uso das famílias e para a indústria, oferece-nos receitas e conselhos úteis:

«Todos sabem que as marmeladas, geleias e compotas se preparam com açúcar, mas o que nem todos muitas vezes sabem é o tempo de cozedura e a quantidade de açúcar precisos para a boa execução destes doces.

As frutas devem ficar bem cozidas, sem serem, no entanto, espapaçadas. De resto, cozendo demasiadamente os frutos, estes perdem a delicadeza do sabor que lhes é próprio e o doce adquire uma cor que não desperta o paladar.»

Há doces do arco-da-velha, que hoje, quase, já, não se fazem, mas mostram-se verdadeiramente tentadores.

Ficam dois exemplos:

SOPA DE MORANGOS

Quantidades: 500 gramas de morangos, litro e meio de água, 100 gramas de açúcar e alguns biscoitos.

Lavam-se muito bem os morangos, tiram-se-lhes os pés, fazem-se ferver durante dez minutos com a água e o açúcar, deitam-se imediatamente sobre os biscoitos e servem-se.

CEREJAS EM AGUARDENTE

Porções: 1 quilo de cerejas, 100 gramas de açúcar cristalizado e 1 litro de aguardente a 45º.

Boas cerejas e não muito maduras, às quais de cortam os pés, deixando-os apenas com o comprimento de um centímetro. Lavam-se bem, enxugam-se e arrumam-se dento de vidro com boca larga, alternando o açúcar com as cerejas. Deita-se a aguardente, tapa-se e deixa-se macerar dois meses pelo menos.

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