Uma mania tão velha quanto eu: acumular jornais, revistas a um canto e depois, lentamente. lê-los.
O final da crónica de Pedro Garcias no «Fugas» do
Público de 27 de Abril intitulada «Ripley, Il cielo in una stanza de Mina e a
dissimulação de Bugalho»:«Ripley, Il cielo in una stanza de Mina e a dissimulação de Bugalho»:
«Nem de propósito, Luís Montenegro sentenciou esta semana Sebastião Bugalho como o cabeça de lista da AD às próximas eleições europeias, apresentando-o como um jovem “disruptivo”, “conhecido” e “talentoso”. Lembrei-me logo de Mr. Ripley. Mas, ao contrário deste, a dissimulação em Montenegro não tem nenhuma piada, é demasiado óbvia. Escolheu Bugalho por ser um conhecido e bem aparentado comentador televisivo, não por qualquer ideia que o jovem que lutou para ser velho antes do tempo possa ter sobre a Europa. Com esta escolha, Montenegro deixou bem clara a importância que dá às eleições europeias (é pouca ou nenhuma), mostrou-se tão “pipi” como o que criticava no orçamento do anterior Governo e ainda sujeitou Rui Moreira ao vexame público, para não ter que enfrentar alguns sociais-democratas do Porto.
Ripley, Il cielo in una stanza de Mina e a dissimulação de Bugalho
Cá para nós: Moreira, o “príncipe” do Porto, fez por merecer a humilhação, perante as suas evasivas, a sua soberbazinha e o que jurara, que nunca trocaria a Câmara por nada, embora toda a gente soubesse que abandonaria o barco mal tivesse a possibilidade de ser presidente do F.C. Porto (Pinto da Costa ainda pensou nele como delfim, mas mudou de ideias) ou assumir um cargo político relevante. Bugalho, por seu lado, mostrou uma vez mais o poder da SIC (Emídio Rangel é que tinha razão). Sebastião comeu a papa a toda a gente: ele nunca quis ser jornalista; na verdade, nunca foi um verdadeiro jornalista. Ele sempre trabalhou para uma carreira política. Era o seu sonho e confessou-o várias vezes. Os portugueses adoram ser enganados.»
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