Se o sofá não
fosse
cómodo (e a rua não fosse
tão
longe) juro
que
ergueria o peso imenso da alma
e
ia à
manifestação.
Desta vez juro que iria. Mas
do
que posso ajuizar (pelas
imagens
em directo chegaria atrasado
já
lá estão os companheiros
(com
palavras
levantadas) lutando por eles
e
por mim. Menos um não faz diferença. Mas
juro
que irei partilhar (daqui
deste
meu sofá) o
texto
do comunicado e
quando
ouvir no écran o cinismo do ministro
juro
que o
vou
insultar. Daqui deste meu sofá.
Desta
vez
estou
empenhado
João
Luís Barreto Guimarães
Nota do
Editor: Poesia Pública é uma iniciativa do Museu e
Bibliotecas do Porto comissariada por Jorge Sobrado e José A. Bragança de
Miranda. Ao longo de 50 dias publicaremos 50 poemas de 50 autores sobre
revolução. Este poema foi tirado do Público de 24 de Abril de 2024.
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