sábado, 1 de março de 2025

TRUMPALHADAS


 «A União Europeia foi criada para lixar os Estados Unidos.»

Donald Trump

Que também chamou ditador a Zalenski e disse que a Ucrânia nunca deveria ter começado a guerra, sugerindo que os ucranianos é que são responsáveis pela invasão russa.

Os Estados Unidos têm das melhores literaturas do mundo, têm das melhores músicas do mundo, têm dos melhores filmes do mundo, mas naquele enorme interior territorial, vive gente, cega de todo, de um analfabetismo sem fim que elegem um bronco, um monstro para (des)governar o país.

Ontem, esse biltre de cabelo alaranjado, na reunião pública, na sala oval, com Zelenski, o presidente da Ucrânia,  rodeado de capachos governativos e jornalistas da sua corte privada e paga a dólares, um destes idiotas chegou a perguntar a Zelenski porque não usa fato, protagonizaram a mais lamentável, a mais triste cena da diplomacia mundial.

Os Estados Unidos caminham a passos largos para uma ditadura.

Como o mundo se tonou tão perigoso!…

«Que pode a Europa? Saberá defender o seu frágil modelo democrático e social e construir novas alianças? Saberemos ir além da Taprobana?

A nossa dimensão atlântica não pode ser vista como uma mera dependência da América, antes como um trunfo que trazemos à Europa. O Atlântico orienta-nos também para o Sul que, seja ou não global, nos vem trazer parceiros e caminhos. A nossa identidade de portugueses é uma identidade europeia e, à Europa, podemos trazer perspetivas e horizontes, se não nos deixarmos limitar.

As ortodoxias do passado não podem servir de grelhas inquestionáveis para os dias de hoje. Quem poderia antever os líderes dos Estados Unidos e da Rússia a darem-se as mãos sobre o sangue vertido na Europa?»

Luís Filipe Castro Mendes, poeta e diplomata, no Diário de Notícias.

NOTÍCIAS DO CIRCO

Face ao imbróglio em que se meteu, o nosso primeiro, depois de encontrar conforto e almofada num conselho de ministros extraordinário pelas 18,00 horas, falará, qual conversa de família à la Marcelo Caetano, ao país na hora nobre televisiva.

Neste momento, avalia a situação pessoal e política.

Pedro Nuno Santos: "É preciso ter a certeza que o senhor primeiro-ministro não ficou a dever favores"

O secretário-geral do PS diz que a notícia das incompatibilidades do primeiro-ministro "é grave" e desafia Montenegro a dar todas as explicações para restabelecer confiança com os portugueses.

O chefe «daquela coisa» diz que Montenegro deve apresentar hoje a demissão.

Rui Rocha diz que se Montenegro quer continuar a ser Primeiro ministro tem de desfazer-se da empresa.

O líder da Iniciativa Liberal considera que é incompatível ser chefe do Governo e ter atividade empresarial.

O Partido Comunista diz que o Governo não tem condições para resolver problemas e é "foco de descredibilização".

Para Paulo Raimundo , este é "um Governo ao serviço dos grupos económicos" e que "promove um verdadeiro conflito de interesses".

O Livre defende que Montenegro deve divulgar lista de clientes e ponderar  a venda da empresa.

Rui Tavares afirmou não ter "confiança institucional" em Montenegro para que seja o próprio a "determinar quando é que deve ou não pedir escusa" de determinados assuntos tratados pelo Executivo.

O Bloco de Esquerda diz que maior conflito de interesses do executivo de Montenegro é governar para a elite.

Mariana Mortágua aludia aos ministros e secretários de Estado que têm ou que tiveram participações em empresas do ramo do imobiliário.

MÚSICA PELA MANHÃ

Sim, registamos com um sorriso complacente a mão de Emmanuel Macron no braço de Donald Trump e a interrupção a corrigi-lo: “Não, querido Donald, não foram os Estados  Unidos, foi a Europa quem mais ajudou a Ucrânia: 60% de toda a ajuda.”

Foge o tempo e amanhã já o mundo se terá esquecido desse reparo de menino espertíssimo ao pai senil.

Do que nunca nos esqueceremos – pelo menos eu – é de uma canção que nos tenha feito estremecer de vida e desejo. “The first time ever I saw your face” é essa canção. Clint Eastwood sentiu, ao ouvi-la, esse estranho tremor cardíaco a que chamamos emoção. Ligou à cantora desconhecida e pediu-lhe a canção para um filme. A cantora, incrédula, desmaiou. Quando acordou, “The first time” era um êxito galáctico. A cantora morreu agora, aos 88 anos. Era a portentosa Roberta Flack: till the end of time my love.

Manuel S. Fonseca na sua Página Negra