sábado, 30 de junho de 2018

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


Esta é a 1ª página do Diário de Notícias de hoje.

A partir de amanhã, a edição em papel só sairá aos domingos.

Nos restantes dias terá uma edição digital.

Dizem que é um passo em direcção ao futuro, um futuro mais firme.

Na quinta-feira, na «Quadratura do Círculo» , José Pacheco Pereira disse: o Diário de Notícias acabou!

Ferreira Fernandes não está nada de acordo e, hoje, num texto bem esgalhado, explica a Pacheco Pereira o tal futuro mais firme.

Não serei tão taxativo como Pacheco Pereira, mas, face a esta mudança,  também tenho as minhas dúvidas.

O meu avô paterno, republicano histórico, odiava o Diário de Notícias, como então se dizia, o jornal das sopeiras e só lia O Século.

Segui-lhe as pisadas e, também,  muito raramente passei as mãos pelas suas páginas.

O Diário de Notícias apenas foi o meu jornal enquanto os nomes de Luís Barros e José Saramago estiveram no cabeçalho do jornal.

De Abril a Novembro de 1975: os dias dos dias.

Como escreveu José Saramago no prefácio a Os Apontamentos:

«É esse o tempo em que os trabalhadores do Diário de Notícias, na sua grande maioria activa e participante, avançam para a realização de um objectivo que naquela casa, até aí, havria de ter parecido impossível, mesmo em horas de fantasia louca: pôr o jornal ao serviço das classes trabalhadoras, ao serviço do proletariado industrial e agrícola, ao serviço do socialismo, para tudo dizer em uma palavra»

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