Duas horas em breve.
Estás deitada,
talvez.
Na noite,
como um Oka de
prata
a Via
Láctea corre.
O tempo é meu, e os relâmpagos
que eram meus
telegramas,
não mais te virão
despertar,
atormentar.
Como se diz: encerra-se o incidente.
A canoa do amor
foi-se quebrar de encontro
ao quotidiano.
Eis-me quite contigo.
E é inútil o passar em
revista
penas,
azares
e recíprocas feridas.
Vê,
que paz no universo.
A noite
impôs ao céu
a servidão de tantas
tantas estrelas.
Chegou a hora
Em que a gente se ergue e
em que fala
aos séculos,
à História,
ao universo…
Maiakowski em Autobiografia e Poemas
Nota do tradutor:
Oka: um grande rio, afluente do Volga
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