Versos Abrasileirados
Paulo da Costa
Domingos
Capa e ilustrações:
Bárbara Assis Pacheco
&etc, Lisboa,
Novembro de 2012
Alexandre O’Neill –
Fernando Assis Pacheco – Carlos Drummond de Andrade, Ida e Volta
Minha amiga, seu
leite
está todo à mostra
derramado pela
montra;
até seus dentes de
marfim
parecem teclas de um
piano
que, por racismo,
houvesse
expulso as pretas. E
mais
lhe digo: mesmo míope
já se vê que você é
porto franco do
cocuruto à
unha do pé. Consigo,
nem vale a pena
escandir sílaba:
vamos lá pela
respiração;
que a limpeza desse
estendal
derreia qualquer
asmático… e
o que não sofrerão
cardíacos!
Quanto a música, os
homens
que passam, ante uma
pauta assim,
apreciadores do
spread das notas,
não há quem a veja
que não
tocasse, dizem eles,
com certeza
dez oitavas bem
medidas.
A duas mãos. Porque no
improvisos,
afinal as pretas se
refugiaram todas
bem do centro do seu
jardim.
Mulheres então não
perdem
pela demora é um ver
se t’avias,
púcaro a púcaro,
bilha a bilha,
num coro de partir
loiça.
Se eu tivesse alguma
fé supersticiosa,
benzer-me-ia entre
murmúrios
de; Meu Deus, que
puta!
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