Hotel Memória
João Tordo
QuidNovi, Lisboa,
Lisboa, Junho de 2008
Tudo era memória. O presente era a memória de si próprio, e era
possível existir apenas se pudéssemos conservar as recordações de momentos que
nunca se repetiriam. E, no entanto, paradoxalmente, a memória era aquilo que de
mais falível um homem possuía: nomes esquecidos ou trocados, caras que se
confundiam com outras, lugares onde julgávamos já ter estado, um lápis
desaparecido para sempre, os constantes deslizes que tornavam a realidade o
lugar de um romance, de uma história, encantadora pela sua fiabilidade, e não
pela sua certeza.
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