sábado, 16 de junho de 2018

PERDI O TEU ROSTO


perdi o teu rosto
o de maio
e também o de junho com a cidreira
não há esperança
agora os dias são menos dias
diz-se que são mais curtos
através da folhagem do verão
é uma hipótese para as pequenas aves
e talvez que bicando    voando
recuperem elas qualquer coisa
do que foi a tua passagem por aqui

Abel Neves em Resumo: a poesia em 2013

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