Com 97 anos
morreu Doris Day.
Intérprete de Que
Sera, Sera, que aparece no filme de Alfred Hitchcock, O Homem que Sabia
Demais, uma das canções da vida do meu pai, que também é a canção que a Aida cantava aos filhos e aos netos, e ainda a única canção que o Luís Miguel
Mira se lembra de ouvir a mãe cantar:
«Curiosamente, é esta a única música que me lembro de
ter ouvido tocada e cantada pela minha mãe, no seu belo piano Steinway &
Sons. É provável que ela tocasse outras músicas (tocava, de certeza...), mas só
me consigo lembrar dessa...
Ainda estávamos na nossa casa grande de Entrecampos, onde depois foi parar a Feira Popular. Quando saíamos dessa casa eu ia fazer 5 anos, pelo que estaríamos em 1958.
Com a mudança para uma casa mais pequena desapareceu o piano, que o meu pai mandou colocar num armazém da quinta de Moscavide, com a solene promessa de o ir buscar mais tarde, quando comprássemos uma nova moradia.
Uns anos depois a minha mãe, que continuava sem a sonhada moradia, foi dar com o piano meio destruído, cheio de teias de aranha, com gatos em cima e com as teclas de marfim retiradas.
E foi assim que a música desapareceu de minha casa, e do coração da minha mãe... Muitas décadas depois ainda me falava nisso, sempre com uma lágrimazita no canto do olho.
Se alguma vez fizer Cinema hei-de imaginar uma bela cena num salão enorme, com um grande piano de cauda colocado junto à janela e a mimha mãe a tocar. Os raios de luz a entrarem pela janela não lhe deixarão ver o rosto, mas ouvir-se-á a voz...
Que sera, sera...»
Ainda estávamos na nossa casa grande de Entrecampos, onde depois foi parar a Feira Popular. Quando saíamos dessa casa eu ia fazer 5 anos, pelo que estaríamos em 1958.
Com a mudança para uma casa mais pequena desapareceu o piano, que o meu pai mandou colocar num armazém da quinta de Moscavide, com a solene promessa de o ir buscar mais tarde, quando comprássemos uma nova moradia.
Uns anos depois a minha mãe, que continuava sem a sonhada moradia, foi dar com o piano meio destruído, cheio de teias de aranha, com gatos em cima e com as teclas de marfim retiradas.
E foi assim que a música desapareceu de minha casa, e do coração da minha mãe... Muitas décadas depois ainda me falava nisso, sempre com uma lágrimazita no canto do olho.
Se alguma vez fizer Cinema hei-de imaginar uma bela cena num salão enorme, com um grande piano de cauda colocado junto à janela e a mimha mãe a tocar. Os raios de luz a entrarem pela janela não lhe deixarão ver o rosto, mas ouvir-se-á a voz...
Que sera, sera...»
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