Hoje, começa mais uma Feira do Livro.
E há sempre o suave ímpeto de comprar mais livros.
A Feira do Livro é, acima de tudo, a lembrança daquela
noite, em redor das taças de água do Rossio, em que o meu avô me comprou o
primeiro livro de Emílio Salgari. Curiosamente não me inclinei para qualquer Sandokan,
ou o Pirata Vermelho, antes Os Pescadores de Pérolas, sei
lá bem porquê.
Depois, a pouco e pouco é que vieram os restantes
salgaris que, continuo a considerar, na devida idade, um dos melhores estímulos
para hábitos de leitura.
Já escrevi: um dia emprestei a um primo meu –
santa ingenuidade!... - todos os livros que possuía de Emílio Salgari.
Passados uns tempos, quando os quiz de volta, fiquei a
saber que tinham sido vendidos que redundaram, se para tanto chegaram, em rebuçados
da bola e uma qualquer ida à matinée do Cine-Oriente.
Tenho por aí dois ou três exemplares adquiridos em
alfarrabistas a preço baixo.
Um dia, num daqueles alfarrabistas que estacionam, nos
sábados, na Rua Anchieta, ao Chiado, pediram-me uma exorbitância por Os
Pescadores de Pérolas.
Fiquei a olhar assim um tanto para o surpreendido, mas o
livreiro logo atalhou: «É pegar ou largar!».
Não gostei do preço e da fanfarronice e… «larguei.»
A Feira é um gosto muito meu.
Os livros, os jacarandás, o Tejo muito lá ao fundo.
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