quarta-feira, 29 de maio de 2019

REVISÃO DA MATÉRIA DADA


Hoje, começa mais uma Feira do Livro.

 Chega-se a esta minha idade e existem na biblioteca livros comprados e ainda não lidos.

E há sempre o suave ímpeto de comprar mais livros.

A Feira do Livro é, acima de tudo, a lembrança daquela noite, em redor das taças de água do Rossio, em que o meu avô me comprou o primeiro livro de Emílio Salgari. Curiosamente não me inclinei para qualquer Sandokan, ou o Pirata Vermelho, antes Os Pescadores de Pérolas, sei lá bem porquê.

Depois, a pouco e pouco é que vieram os restantes salgaris que, continuo a considerar, na devida idade, um dos melhores estímulos para hábitos de leitura.

Já escrevi:  um dia emprestei a um primo meu – santa ingenuidade!... -  todos os livros que possuía de Emílio Salgari.

Passados uns tempos, quando os quiz de volta, fiquei a saber que tinham sido vendidos que redundaram, se para tanto chegaram, em rebuçados da bola e uma qualquer ida à matinée do Cine-Oriente.

Tenho por aí dois ou três exemplares adquiridos em alfarrabistas a preço baixo.

Um dia, num daqueles alfarrabistas que estacionam, nos sábados, na Rua Anchieta, ao Chiado, pediram-me uma exorbitância por Os Pescadores de Pérolas.

Fiquei a olhar assim um tanto para o surpreendido, mas o livreiro logo atalhou: «É pegar ou largar!».

Não gostei do preço e da fanfarronice e… «larguei.»

A Feira é um gosto muito meu.

Os livros, os jacarandás, o Tejo muito lá ao fundo.

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