O que normalmente chamamos amigos e amizades não são
mais do que hábitos ou conhecimentos provocados por aquesta ou aquela ocasião
ou acaso, desses ou dessas que existem para entretenimento das nossas almas.
Mas, na amizade de que eu falo, tudo se confunde e mescla em mistura tão
universal que, por completo, apaga a costura que as uniu e da qual não se
observa o mais leve rasto. Quando insistem comigo para saber porque é que o
amava, sinto que não o consigo exprimir senão dizendo: Porque era ele; porque
era eu.
Montaigne,
traduzido por João Bénard da Costa em Crónicas: Imagens Proféticas e Outras 4º Volume
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