No Outro Extremo da Cidade
Erskine Caldwell
Tradução:
Ricardo Fernandes
Capa: Armando
Alves
Colecção
Metamorfoses nº 11
Editorial Inova, Porto Julho de 1972
Quando perguntaram ao dono do café, um homem de modos
grosseiros, de meia idade, que já havia sido agente da polícia, por que razão
deixou de admitir os negros, ele respondeu que a maioria dos seus clientes
brancos eram motoristas de camião, vindos de todas as regiões do Sul, e não
queriam que os negros entrassem no café quando estivessem a comer ao balcão, E
dizendo isto, alteava a voz, indignado.
Finalmente, disse que tinha um motivo melhor para
proibir os negros, do que o de agradar aos brancos. Explicou que já há muito
tempo pensava em os proibir, porque muitos deles, e cada vez mais, procediam
como se estivessem convencidos de que tinham tanto direito de ingressar no café
como os brancos, e falavam com ele como se fossem tão bons como ele. Disse que
foi por isso que resolveu não dar atenção aos negros quando estes pediam os
pregos bem ou mal passados, ou com mostarda, ou molho picante.
2 comentários:
Erskine Caldwell-grande escritor!
Que bem ele descreve a América e os americanos mais rudes, que bem descreve o racismo mais profundo, e mais odioso, que bem relata a vida miserável dos americanos pobres sobretudo dos negros, que não há mais de meio século eram vítimas de um tremendo ódio de descriminação e quase escravidão.
Creio quec Erskine Caldwell foi talvez dos escritores que melhor descreveu esta tragédia da não muito distante época da vida americana.
Um escritor a ler com urgência (um qualquer livro dele, pois dec todos os que li -cincou ou seis- gostei).
Completamente de acordo, Seve.
Tenho uns seis livros do Caldwell e ainda só aqui pus dois. Por vezes, perco-me...
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