segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

OLHAR AS CAPAS


Estado de Sítio

Albert Camus

Tradução: João Pedro de Andrade

Capa: Infante do Carmo

Colecção Miniatura nº 154

Livros do Brasil, Lisboa s/d

Coro: Não, não existe justiça, mas existem limites. E aqueles que pretendem estar fora de todas as regras, como os outros que entendiam dar uma regra a tudo, ultrapassam igualmente os limites. Abri as portas para que o vento e o sal venham sanear esta cidade.

Nada: Existe, uma justiça, aquela que me violenta. Sim, ides recomeçar. Mas isso já não é comigo. Não conteis mais comigo para vos fornecer o perfeito culpado, não tenho a virtude da melancolia. O velho mundo, é preciso partir, os teus carrascos estão cansados, o seu ódio é agora demasiado frio. Sei coisas de mais, e até o desprezo fez o seu tempo. Adeus honrada gente, aprendereis um dia que não se pode viver bem quando se sabe que o homem não é nada e que a face de Deus é hedionda.

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