Estado de Sítio
Albert Camus
Tradução: João Pedro
de Andrade
Capa: Infante do
Carmo
Colecção Miniatura nº
154
Livros do Brasil, Lisboa s/d
Coro: Não, não existe justiça, mas existem
limites. E aqueles que pretendem estar fora de todas as regras, como os outros
que entendiam dar uma regra a tudo, ultrapassam igualmente os limites. Abri as
portas para que o vento e o sal venham sanear esta cidade.
Nada: Existe, uma justiça, aquela que me violenta.
Sim, ides recomeçar. Mas isso já não é comigo. Não conteis mais comigo para vos
fornecer o perfeito culpado, não tenho a virtude da melancolia. O velho mundo,
é preciso partir, os teus carrascos estão cansados, o seu ódio é agora demasiado
frio. Sei coisas de mais, e até o desprezo fez o seu tempo. Adeus honrada
gente, aprendereis um dia que não se pode viver bem quando se sabe que o homem
não é nada e que a face de Deus é hedionda.
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