O Fantasma Sai de
Cena
Philip Roth
Tradução: Francisco Agarez
Capa: Henrique Cayatte
Publicações Dom Quixote, Lisboa, Novembro de 2008
Tinha passado estes
onze anos sozinho numa casinha à beira de uma estrada de terra batida do
interior profundo, tendo decidido viver assim isolado de tudo uns dois anos
antes de me ser diagnosticado o cancro. Vejo poucas pessoas. Desde a morte, há
um ano, do meu vizinho e amigo Larry Hollis, podem passar-se dois, três dias em
que não falo com ninguém além da mulher-a-dias que vem todas as semanas fazer a
limpeza e do marido dela, que é o meu caseiro. Não vou a jantares, não vou ao
cinema, não vejo televisão, não tenho telemóvel nem gravador de vídeo ne,
leitor de DVD nem computador. Continuo a viver na Idade da Máquina de Escrever
e não faço ideia do que seja a World Wide Web. Já não me dou ao trabalho de ir
votar. Escrevo durante quase todo o dia e muitas vezes pela noite dentro. Leio,
principalmente, os livros que descobri em estudante, as obras-primas da ficção
cujo poder sobre mim não é menor, e em alguns casos é ainda maior, do que foi
nos meus primeiros e exaltantes encontros com elas.
1 comentário:
Excelente livro de um grande escritor, como são todos os que escreveu.
"PASTORAL AMERICANA" é o meu preferido, imprescindível.
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