A capa do precioso livrinho já mereceu um Olhar.
Hoje, reproduzo as palavras que os editores, Emanuel Carneira e Paulo da Costa Domingues, colocam no prefácio. No meio de todo o lixo que por aí campeia, sabem bem estas palavras:
«Tem-se, por vezes, a sorte de ler aquilo
que poetas e editores entre si trocam de mensagens. Fala-se de livros, fala-se
do como dar a ler a oficina poética em páginas límpidas. Conspira-se sobre
esboços a legar ao Futuro. Tem-se, por vezes, sorte. A sorte de testemunhar da
fábrica, a sorte de sermos nós o autêntico destinatário, o alvo verdadeiramente
cultural de preocupações e minúcias editoriais. Cuja implícita pedagogia é de agradecermos.
Aqui, numa toada que nos faz lembrar o bailado felino de dois gigantes
criativos que se respeitam mutuamente e que, mutuamente, procuram eles (e
encontram) o melhor terreno para a travessia dalguma arte vinda do outro lado
do oceano. E se é um triângulo o que aqui temos, não é ele o buraco negro
sorvedouro de matéria, mas, isso sim, o triângulo “amoroso” revelador do
espírito de uma época culta irrepetível. Tirar o véu a cartas desta valia, que
circunstâncias várias acabam, tantas vezes, por votar a uma invisibilidade
perene – não fosse a acção dos que se dedicam, com obstinado entusiasmo, à
preservação de arquivos e da memória histórica – favorece, pois, a
possibilidade de enquadrar, de avivar protagonismos, de desenterrar detalhes
dessa extraordinária aventura humana, poética e/ou editorial.
Em cena: Mário Cesariny, poeta-ex-editor proponente de um original inédito do
poeta brasileiro Sérgio Lima, a Vitor Silva Tavares, editor-poeta e guardião do
Subterrâneo Três. O livro a que tudo se refere – Aluvião Rei – sairia chancelado & etc, no mês de
Setembro de 1992.
Da transcrição dos manuscritos, vai aproximativamente diplomática.»
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