terça-feira, 23 de março de 2021

TIRAR O VÉU A CARTAS DESTA VALIA


A capa do precioso livrinho já mereceu um Olhar.

Hoje, reproduzo as palavras que os editores, Emanuel Carneira e Paulo da Costa Domingues, colocam no prefácio. No meio de todo o lixo que por aí campeia, sabem bem estas palavras:

«Tem-se, por vezes, a sorte de ler aquilo que poetas e editores entre si trocam de mensagens. Fala-se de livros, fala-se do como dar a ler a oficina poética em páginas límpidas. Conspira-se sobre esboços a legar ao Futuro. Tem-se, por vezes, sorte. A sorte de testemunhar da fábrica, a sorte de sermos nós o autêntico destinatário, o alvo verdadeiramente cultural de preocupações e minúcias editoriais. Cuja implícita pedagogia é de agradecermos.
Aqui, numa toada que nos faz lembrar o bailado felino de dois gigantes criativos que se respeitam mutuamente e que, mutuamente, procuram eles (e encontram) o melhor terreno para a travessia dalguma arte vinda do outro lado do oceano. E se é um triângulo o que aqui temos, não é ele o buraco negro sorvedouro de matéria, mas, isso sim, o triângulo “amoroso” revelador do espírito de uma época culta irrepetível. Tirar o véu a cartas desta valia, que circunstâncias várias acabam, tantas vezes, por votar a uma invisibilidade perene – não fosse a acção dos que se dedicam, com obstinado entusiasmo, à preservação de arquivos e da memória histórica – favorece, pois, a possibilidade de enquadrar, de avivar protagonismos, de desenterrar detalhes dessa extraordinária aventura humana, poética e/ou editorial.
Em cena: Mário Cesariny, poeta-ex-editor proponente de um original inédito do poeta brasileiro Sérgio Lima, a Vitor Silva Tavares, editor-poeta e guardião do Subterrâneo Três. O livro a que tudo se refere – Aluvião Rei – sairia chancelado & etc, no mês de Setembro de 1992.
Da transcrição dos manuscritos, vai aproximativamente diplomática.»

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