Porque escrevemos?,
pergunta em uníssono o grande coro de quem escreve.
Porque não nos podemos limitar a viver.
Porque choras? –
pergunta uma voz.
- Não sei – respondo. – Certamente é porque me sinto feliz.
No comboio,
continuo a escrever febrilmente, como se tivesse ressuscitado de um mar de
recordações. O Alain desvia os olhos do livro e olha pela janela. O tempo
contrai-se. Quase sem nos darmos conta, estamos a chegar a Paris. O Aurélien
dorme.
Ocorre-me a ideia de que os jovens parecem belos quando estão a dormir, ao passo que os velhos, como eu, parecem já mortos.
Patti Smith em Devoção
Sem comentários:
Enviar um comentário