O Testamento
Fiama Hasse pais
Brandão
Capa: José da
Câmara Leme
Colecção Novos
Dramaturgos nº 2
Portugália
Editora, Lisboa, Dezembro de 1962
A moral desta história é, para o público, um pau de
dois bicos. É a moral da injustiça e a moral da justiça, a moral da razão e a
da prepotência. Cada qual tirará a moral a seu modo, conforme o conteúdo do
porta-moedas. Num teatro, a moral é directamente proporcional ao preço do
assento.
Hoje apenas tenho uma notícia para todos: Só o medo
subsiste. Agora só o medo resiste ainda. Em todos os bancos só os cheques do
medo têm cobertura. É medo que abre trincheiras contra o futuro, o medo da paz
que comanda as batalhas. A pólvora do medo alastra pela nossa cidade. O medo
devora o medo.
Só pelas mãos a vitória é possível. Só as mãos, o
suor, os corpos, hão-de arrombar os cofres do luxo e do excesso do medo.
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