As Intermitências Da Morte
José Saramago
Editorial Caminho, Lisboa, Outubro de 2005
"No dia seguinte ninguém morreu.”
Assim começa “As Intermitências da Morte” de José Saramago.
“De Deus e da Morte não se tem contado senão histórias, e esta é mais uma delas.”
Duas citações encontradas, aquando da leitura do livro.
Herberto Helder:
“Morrer era agora a minha liberdade, e eu tinha a vida inteira para executá-la pormenorizadamente.”.
A um químico do futuro, exige Maiakowski:
“A primeira coisa que farás é ressuscitar-me, a mim que tanto amava a vida.”
No catálogo, “José Saramago: A Consistência dos Sonhos”, pode ler-se:
“O escritor referiu-se assim a este romance: “A pergunta é: o que aconteceria se fôssemos eternos? Se a morte desaparecesse de repente, se a morte deixasse de matar, muita gente entraria em pânico: funerárias, seguradoras, lares de terceira idade… E isso para não falar do Estado, que ficaria sem saber como pagar as pensões(…) a imortalidade seria um horror.”
Sem a morte, “um dia aquele dia que sempre chega” a vida e o mundo seriam um caos. Porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja" diz a determinada altura o cardeal.
De "As Intermitências da Morte" diz Maria Alzira Seixo, que é “um romance divertido, pois que nos pode dar maior satisfação do que rir à custa da morte, a única coisa no mundo que não faz rir ninguém, a não ser em esgar ou exorcismo?”
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