sexta-feira, 23 de julho de 2010

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...

O “palhinhas” já era.

Ainda os há em plástico mas, aos poucos, também eles vão desaparecendo.

Nos supermercados, nas grandes superfícies, deixaram de existir e apenas os vamos encontrando nas lojas que, algumas cooperativas vinícolas, vão mantendo nos bairros de Lisboa.

Sou do tempo em que se ia para a praia de Algés ou da Cruz Quebrada de garrafão de vinho tinto, pratos e canecas de esmalte – ainda não os havia de plástico - o tacho de arroz de pimentos,

embrulhado em jornais, pasteis de bacalhau e melão.

Para lá da Cruz Quebrada ficava a “linha” e não era, diga-se, politicamente correcto, aparecer de garrafão de tintol ao pé das madames e dos cavalheiros e também porque para essas finuras de praias não havia eléctricos ou autocarros.

Os garrafões de 5 litros estão a ser substituídos por aquilo que se chama “bag-in-box” - um saco completamente estanque inserido numa caixa de cartão com uma torneirinha acoplada. É essa embalagem de 3, 5 ou 15 litros que agora encontramos nos supers e nos hipers.

É prático e seguro, dizem.

No fundo fica apenas a imagem fugidia daqueles verdes, muito verdes anos, em que, aos domingos, apanhávamos, em Sapadores, o “12”, até Algés, os cestos com a comida, o “palhinhas”, ainda o balde e a pá, para umas míseras horas à beira-mar e depois um regresso lento, triste.

Ficar à espera do domingo seguinte, para voltar a olhar o rio, as barracas de pano com tiras coloridas, os toldos, a mulher dos bolos, o homem dos pirolitos, o cabo do mar e a proibição de jogar à bola, aqueles fatos de banho que a moral salazarenta impunha a homens, mulheres e crianças.

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