quinta-feira, 29 de julho de 2010

AINDA OS JACARANDÁS



Quando fiz a pequena viagem pelos jacarandás de Lisboa, andei à procura de um poema que um dia encontrara num blogue.
Com bastante pena minha não encontrei o apontamento onde escrevi o nome do blogue.
Hoje, como muitas vezes acontece, à procura de uma outra coisa, fui encontrar o tal apontamento.
O poema tinha-o lido no blogue “Sorumbático” de Carlos Medina Carreira.
É um poema inédito, oferecido por Manuel Magro, a Carlos Medina Carreira.
Como entendo que todo o tempo é tempo de jacarandás, aqui vai o poema:

"Na cidade de Lisboa
plantei mil jacarandás,
de azul floriram em Junho
e em Outubro de lilás.

Disto dei nova a el-rei,
quando ainda era rapaz,
o rei me mandou de volta
quatro mil jacarandás.

Por toda a parte os plantei:
em beco, rua, avenida,
Lisboa toda se ufana
de se ver assim florida.

Garrida de azul-lilás
já passada a primavera,
ai, só eu era capaz
de fazer o que fizera.

Quando me for deste mundo,
em descanso e boa-paz,
plantem sobre a minha campa
quatro mil jacarandás,
aqueles que o rei me deu
quando ainda era rapaz,
e mandem forrar Lisboa
toda de azul e lilás. "

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