quarta-feira, 7 de julho de 2010
BOLAS PRÓ PINHAL!
Aquando do “Euro 2004”,Paquete de Oliveira, citado pelo “Euroxuto”, escreveu:
“Este projecto de realização em Portugal do Europeu 2004 nasceu torto. Conscientes de ganhar a candidatura portuguesa contra a de outros países mais poderosos, os promotores do projecto subiram demasiado a parada, oferecendo irrecusáveis condições para o realizar. A “oferta” de dez (!) novos estádios (recorde atingido pela primeira vez na competição e de outras condições de exploração da comercialização da prova fizeram a UEFA não hesitar sobre o o país escolhido. Construi-se assim um projecto megalómano, de elevados custos, de difícil realização e ainda por cima sem discutir, na maioria dos casos, os resultados de retorno futuro nos anos seguintes à prova, quando, por certo, grande parte desses estádios ficarão às moscas, como monumentos históricos em memória do famigerado mega-evento.”
Pela mesma altura, Cavaco Silva, disse que o Euro iria ser prejudicial a Portugal, não deixava de ter a sua razão, mas mandaram-lhe à cara o Centro Cultural de Belém e não mais botou palavra.
Um estudo do Ministério das Finanças, publicado em 2008, indicava que o impacte do Euro 2004 na economia foi desprezível: uns meros 0,08% do PIB.
Abaixo pode ver-se o custo das previsões, valores em milhões de euros, do custo da construção dos estádios e o seu custo real:
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Braga 30 /90
Guimarães 13/ 25
Dragão 65 /125
Bessa 20/ 37
Aveiro 30 /60
Coimbra 18 /36
Leiria 20 /38
Alvalade 55 /100
Luz 25 /120
Algarve 30 /30
Se exceptuarmos os estádios do Benfica, do Sporting, do Porto, do Braga e do Guimarães,
todos os outros registam uma ridícula média de espectadores por jogo.
Com esse elefante branco, que é o estádio do Algarve, o panorama é muito pior. Mesmo que os mais importantes clubes algarvios se fundissem num só, nem mesmo assim o estádio deixaria de estar às moscas. A brincadeira custará, dentro dos próximos vinte anos, às Câmaras de Faro e Loulé, cinco mil euros por dia para pagar juros e despesas de manutenção.
Há dias o jornal “A Bola” informava que "o Conselho de Administração da SAD do União de Leiria vai pedir a intervenção do secretário de Estado da Juventude e Desporto, dos deputados eleitos pelo círculo de Leiria, do governador civil de Leiria e do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para, com carácter de urgência, ajudarem a desbloquear a questão do estádio junto do presidente da câmara de Leiria, Raul Castro. O União não quer sair da sua cidade mas entende ser incomportável pagar 17.500 euros por cada jogo em casa e 550 euros por sessão de treino."
Pelo seu lado a Câmara Municipal de Aveiro já admitiu a demolição do estádioe a de Coimbra passou as responsabilidades para a SAD da Académica, mas o clube considera as despesas insuportáveis e, também, admite a demolição do estádio para construir (?) um mais pequeno.
Do estádio do Bessa, pertença do Boavista, há muito que não há notícias, mas o que dali sair também deverá apontar para a demolição do estádio para dar lugar a condomínios de luxo!
A imensa euforia do “Euro 2004” há muito que já lá vai, na realidade durou escassos meses, mas este buraco financeiro vai demorar anos e anos até que se resolva. Se algum dia se resolver!..
Apesar deste estado de calamidade pública, a Federação Portuguesa de Futebol, com o apoio do governo candidatou-se, juntamente com a Espanha, à realização do Mundial de 2018.
E não se pode exterminá-los?
Maria José Morgado:
“O futebol é um mundo de dinheiros sujos com promiscuidades políticas que não se sabe onde começam e onde acabam e que são altamente nocivas para as instituições democráticas. O fenómeno está indesejavelmente”.
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