sábado, 10 de julho de 2010

BOLAS PRÓ PINHAL!

No Mundial da Alemanha em 2006, a Selecção Nacional ficou classificada em 4º lugar.
Cada jogado, bem como os elementos da equipa técnica, receberam 50 mil euros pelo “feito”.
Essa aflitiva criatura que dá pelo nome de Gilberto Madail, há décadas plantado na presidência da Federação de Futebol, avançou com um pedido de isenção de IRS para estes prémios.

Invocava o senhor que “há leis que permitem que os jogadores que pratiquem feitos relevantes para o país tenham o benefício fiscal de não pagarem impostos sobre os prémios dos jogos”.
Já o Herculano dizia que “a terra é pequena, e agente que nela vive também não é grande.”
O Ministro das Finanças, pelo lugarzeco, deu os parabéns à selecção mas rejeitou qualquer hipótese de os prémios recebidos não serem tributados.

O fiscalista Medina Carreira inquirido sobre a matéria, recusou-se a comentar “coisas parvas” , mas adiantou: “poupar cinco mil euros ao Cristiano Ronaldo é ridículo quando ele ganha milhões”.

O propósito de Madail, a ter aceitação, constituiria um insulto para quem, com os sacrifícios que se sabe, pagam impostos e usufruem baixos salários.


Volto a pegar no “Euroxuto”, onde a escritora Eduarda Dionísio, deixou escrito:

Os jogadores não são bem heróis. A distância é de menos. Não é em segredo que são preparados como aves a quem se engrossa o fígado para paté, ou cães para concurso. Toda a gente sabe como é. Não é em segredo que são vendidos, como gado, como prédios. Toda a gente sabe. Não é em segredo que ganham o mesmo num mês que cada espectador em vários anos. Toda a gente sabe. Não é em segredo que têm vidas cortadas, como os espectadores aguentariam mal. São quase heróis – eles aguentam, eles têm força, eles terão o trágico fim das vedetas esquecidas, vítimas da maldade dos homens, eles terão o trágico fim das vedetas esquecidas, vítimas da maldade dos homens vulgares que somos nós, sentando-nos nas bancadas, simplesmente.

Legenda: Imagem tirada daqui.

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