Certas Mulheres
Erskine Caldwell
Tradução: Fernando de
Morais
Colecção Livro de
Bolso nº 2
Portugália Editora,
Lisboa s/d
Ao olhar pela janela do comboio, que abrandava a marcha para atravessar
as ruas e depois entrar na estação, Clementina Bradley via o verde tenro da
Primavera que cobria as colinas íngremes, e as sombras da tarde espraiando-se
pelos prados; parecia-lhe que quase conseguia ouvir o marulhar da água nos
riachos que corriam céleres, pelos desfiladeiros dos planaltos. Camadas de fumo
de lenha queimada, cinzentas e ténues, pairavam sobre as cabanas espalhadas na
vertente da montanha, em cujo cimo, aqui e ali, ainda se viam pequenas manchas
de neve. Mas o céu estava azul e brilhante, percorrido pelos tufos densos de
nuvens brancas que deslizavam sobre a cumeeira em direcção ao norte.
2 comentários:
Excelente, este livro de pequenas (e tristes) histórias de mulheres.
Erskine Caldwell é dos melhores autores americanos que escreveu sobre a miséria e a degradação do homem do Sul (da América do Norte), negro ou branco.
Creio que este escritor deverá ter estado em Portugal pois possuo um livro (O PREGADOR) - muito bom - assinado por ele e datado (8/10/59).
Oferta especial de um especial amigo.
Um enorme escritor. O silêncio, a desesperança, a desumanidade, são peças de toque da escrita de Caldwell. Referência expressa ao excelente «A Estrada do Tabaco» de que John Ford fez um belo filme se bem que fugindo um tanto ou quanto ao livro.
Se Erskine Caldwell passou por Portugal não tenho memória. Se isso aconteceu, fico muito mal no retrato.
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