18 de Junho de 1967
Além das terríveis insónias e das distonias e neurovegetativas que me tornam penosas as noites (sobretudo o adormecer, que é uma espécie de luta entre o inconsciente e o consciente em que este se não deixa eclipsar por aquele), o meu sono é sempre dos tais em que se acorda mais cansado que ao deitar. Os sonhos são intermináveis discussões comigo mesmo ou com os outros, espécies de perpétuos exames de consciência em que o aluno fica sempre reprovado… As minhas manhãs são por isso sorumbáticas e amargas. Pesadelos de consciência. Foi uma boa praga, isto de me fazerem médico! Como pode debruçar-se atentamente sobre o sofrimento dos outros quem está em ferida por dentro?
Mário Sacramento em
Diário
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