Que podemos nós distinguir nos diversos quotidianos que vão acontecendo?
O
sem-abrigo que mata um homem atirando-o para o mar da Boca do Inferno.
Manuel
da Fonseca sabendo que os domingos estavam a caminho, sonhava com as coisas
mais belas que um homem pode fazer na vida.
«… no entanto, conheço um homem
que ia para a
beira do rio
e passava um dia inteirinho de domingo,
segurando uma cama donde caía um fio para a água…
… um dia pescou um peixe,
nunca mais lá
voltou…»
Pois, o pior é pensar, concluía o Manuel.
José
Saramago que um dia, olhando o rio Almonda, já o sol se punha, sentiu o que
nunca mais conseguiu esquecer:
«lancei o anzol e esperei.
Não creio que exista no mundo
um silêncio mais profundo que o silêncio da água.»
Que
podemos nós distinguir?…, sim, o quê?... e como?...
Legenda:
pintura de Nikolay Bogdanov Belsky
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