Ah, rosas, não, nem frutos, nem conforto!
Já basta de veludos nestes versos,
De velhas consonâncias e bordões!
Astronauta do espaço que rodeio
(Noutra hora diria que infinito…)
Uma fome de rosas e de frutos
A frouxidão da pele ao osso chega.
Assim recalcinado, mais me torno
Matéria combustível nos poentes
Das estrelas convulsas que contenho.
Talvez, enfim, o aço apure e faça
Do espelho em que me veja e me defina.
José Saramago em Os Poemas Possíveis
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