Reconhece que, neste mês de Novembro, com as atenções centradas em José Saramago poucas possibilidades têm existido para abordar outros temas e personagens.
Estes Rebotalhos permitem hoje, uma tentativa de
remediar qualquer coisinha lembrando que Agustina Bessa-Luís lembrou que num
mundo de cegos e cegueiras várias, provavelmente a lucidez se perca algures.
1.
O Partido Comunista
mudou de secretário-geral e os media ficaram à beira de um ataque de nervos
porque o novo secretário-geral, Paulo Raimundo, não lhes deu pano para
manchetes, bisbilhotices e demais coisíssimas menores que eles tanto adoram para
encher espaço televisivo e manchetes de jornais.
Exemplarmente,hmbf,exemplarmente, resumiu o assunto de modo eficaz e melhor é quase impossível:
«Já que insistem, cá vai e não me chateiem com o assunto. Paulo
Raimundo tem vários problemas:
1.⁰ é comunista
2.⁰ não se formou no ISCTE
3.⁰ ninguém o conhece (isto é altamente problemático, como recentemente
ficou demonstrado com a atribuição do Nobel da Literatura a Louise Glück)
4. ⁰ parece ausente das redes sociais, o que torna até duvidosa a sua
existência
5.⁰ ao contrário de Donald Trump, não foi democraticamente eleito
6.⁰ mesmo não sendo conhecido por ninguém, mesmo nada se sabendo sobre
ele, é certo e sabido que é mais do mesmo (a mim não me enganam, quem não os
conhece que os compre, não conheço mas não gosto...)
7.⁰ não tem experiência profissional fora do partido, tendo sido
padeiro, carpinteiro e animador cultural por entretenimento (sublinhe-se o
exemplo de António Costa, desde que aderiu à JS com 14 anos teve uma larga e
intensa actividade laboral fora da política)
Isto podia continuar, mas tenho mais que fazer. Deixem o homem trabalhar, pá. E depois venham daí as sentenças. Com propriedade, claro, que isto de condenar por antecipação é assim a modos que aposta de casino.»
2.
Nestes dias, poderemos estar a assistir a um princípio para o fim da guerra na Ucrânia?
3.
Em cada dia pressente-se que o governo de maioria absoluta do Partido Socialista é uma balsa navegando à bolina, sem qualquer fim em vista.
4.
Luís Montenegro, qual
traste-picareta-falante, em cada hora, vai lembrando todos os casos em redor do
primeiro-ministro que têm surgido, desde Março e quando há casos, inventa…
Um desastre falando de outros desastres!...
5.
Percalços e vergonhas
várias no poder local.
Isaltino de Morais acusado
de prevaricação em assuntos relacionados em negociatas com processos públicos-privados,
levando atrás outros arguidos, como uma deputada do PS, um antigo autarca de
Mafra.
Ainda a detenção,
pela Polícia Judiciária. do presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre em negócios nebulosos
que envolvem 20 milhões de euros.
5.
O que se passou com Miguel Alves, ex-braço
direito de António Costa, saído agora do governo, aponta para histórias antigas
que vêm desde os tempos em que Costa presidia à Câmara de Lisboa e em que terá
pago mais de 80 mil euros a Alves em ajustes directos para assessoria, para dizer ainda que o
afastamento agora do sorridente Alves desafia, de maneira pornográfica, o
surreal.
O vigilante Marque Mendes – futuro presidente da república?, Marcelo também saiu para Belém ido dos comentários domingueiros na TVI – disse no domingo que António Costa foi muito imprudente ao convidar Miguel Alves para o governo.
6. Em algumas esquinas da cidade há quem lembre, com palavras simples escritas em cartazes, que os preços e lucros das grandes empresas estão a aumentar e o povo está a pagar tudo o que resulta duma especulação desenfreada.
7
Conclua-se, por hoje,
com palavas e gostos amáveis que Pedro Garcias deixou no Público de 15 de Outubro:
«Colhidas
as últimas uvas, e com o derradeiro lote, da casta Sousão, ainda por fermentar,
fugi às saudades da vindima e fui para Cabo Verde tomar banhos de mar, ouvir
mornas e coladeras, beber cerveja Strela e acrescentar mais uma página ao meu
passado. Sim, o futuro não passa de uma possibilidade e de um desejo e o
presente não é mais do que nada. Tudo o que acontece, em pensamento ou acção, é
logo passado. Passamos a vida a somar recordações; e se a vida é longa, ainda
corremos o risco de acabar esquecendo tudo.
O
Outono no Douro é a mais bela manifestação do ideal de beleza de uma paisagem
vinhateira. Mesmo sem uvas, as videiras são como um arco-íris em fogo, cheio de
encantamento. Mas, quando chega a noite, o imenso vale, ou serei eu, parece mergulhar
numa tristeza sem fim, órfão da vindima e do Verão e ainda sem força e vontade
de começar tudo de novo.»
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