A esperança média de vida dos norte-americanos tem vindo a diminuir.
As causas são
a miséria, o alcoolismo, a fome, o abandono.
A América é
uma reserva de ignorância.
É essa
América profunda, que aparece nesse belíssimo filme «Três Cartazes à Beira da
Estrada» e que certa literatura, certo cinema, tantas vezes nos trazem , uma
miséria e uma ignorância abissais, uma classe média baixa, triste no seu viver,
mergulhada no álcool e na televisão, nos churrascos pelos domingos nos jardim
da casa, com bandeira à porta, alguns dias de campismo, pescar à beira de um
lago, o carro, o cão, os mais diversos electrodomésticos que os deixam quase
dinheiro.
Sim, há Nova Iorque,
mas isso não é a América, é um caso de estudo.
Lionel White,
um escritor de policiais, de segunda ou terceira ordem, deixou escrito num dos
seus livros:
«Há ocasiões em que odeio Nova Iorque e os milhões de pessoas apressadas, nervosas e egoístas que a povoam. Uma pessoa inocente pode ser brutalmente assassinada perante meia centena de testemunhas sem que ninguém levante a mão para a defender ou para, sequer, dar o alarme.Pergunto-me se terá sido isto que sucedeu a Karl Swendson.Uma coisa é certa: passaram a poucos palmos da valeta onde jazia o seu corpo esfacelado pelo menos vinte pessoas, e nenhuma delas se dignou ver se estava ligeira ou gravemente ferido, se estava vivo ou morto. Nem uma se deu ao trabalho de telefonar a Polícia.»
1.
Recorte do Expresso, 28 de Junho
Estavam sem trabalho 304 946 pessoas no final dos primeiros seis meses do ano, uma subida de quase 10%. Mais do que em Maio, quando se registou um aumento de 8,5%, e do que há um ano, altura em que o desemprego caiu quase 2%.
2.
Menos de 10%
das câmaras têm plano para migrantes. Lisboa e Porto com muito trabalho a fazer.
Em 309 municípios apenas 23 actualizaram planos para a integração em 2022 e 2023.
3.
Alguém terá
dito que as amizades nunca estão terminadas, ficam ocasionalmente abandonadas.
4.
«Algo está
sempre a acontecer. Por isso escrevo. Escrevo porque algo aconteceu ou
acontece. Escrever é isso, mas escrever é sobretudo produzir acontecer».
Ana Hatherly em Tisanas
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