Houve um tempo em o Ministério da Cultura, com o apoio
da Direcção-Geral da Comunicação Social, se dedicou a reunir e a publicar obras
dos nosso intelectuais e políticos. O caso desta Antologia, em 2 volumes, da
obra de Raul Proença é um exemplo que, durante o declínio do regime republicano
foi mestre de toda uma geração de intelectuais, mais do que António Sérgio.
Raul Proença nasceu nas Caldas da Rainha no dia 19 de
Maio de 1884 e morreu no Porto no dia 29 de Maio de 1941.
Foi uma figura maior do pensamento político no
primeiro quartel do século XX. Trabalhou como bibliotecário da Biblioteca
Nacional de Lisboa desde 1911, onde colaborou com Jaime Cortesão e, escreveu
grande parte dos textos do Guia de
Portugal, mas acima de tudo, faz parte do grupo fundador da Seara Nova de que foi director.
José Gomes Ferreira, no seu livro A Memória das Palavras, lembra a alegria da saída do 1º número da Seara Nova:
«Nunca fui seareiro, como sabem. Mas
nesse dia qualquer de 1921 vadiei toda a tarde pelas ruas de Lisboa, a cantar
sozinho, de mãos na algibeira…
E à noite, mesmo debaixo do famoso
quadro de Columbano, na nova tertúlia no Leão de Ouro, para onde emigráramos de
pois da guerra civil do martinho – olhávamos uns para os outros e desatámos a
rir, felizes de haver vida e haver futuro.»
No pedacinho que colocámos da Carta ao Futuro, Raul
Proença colocara esta epígrafe:
Óscar Lopes sobre Raul Proença:
«No seu apostolado político de quem
deseja o «triunfo do socialismo», e que ele levou a cabo «com uma tenacidade
dura e agressiva se sem cerimónias, e arrojo suficientes para desapiedar
sendo preciso», reconhece-se a herança da Gerção de 70».
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