Que me quereis
perpétuas miragens,
Com que sonhos me abismais?
O tempo é um rio que não pára mais
Nem se repetem visões das margens.
Como se diz adeus a quem
morreu,
Dizem adeus os anos já passados
A desejos iguais, desigualados
Se a vontade mudando os esqueceu.
Aquilo que queria mudou
tanto
Que é outro amor; e meu prazer um dia
Maldiz o de hoje, ao novo desencanto.
Cada enganosa esperança
um meu desejo
Passa por ela o tempo e queda, fria.
Como Almourol a ver passar o Tejo.
Carlos de Oliveira de Terra da Harmonia em Poesias
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