segunda-feira, 15 de julho de 2024

O OUTRO LADO DAS CAPAS


 Gosto tanto de Gabriel García Marquez!

Aquele começo de Cem Anos de Solidão!...

Gosto da capa deste livro de Gabriel García Marquez e eu que tanto gosto de capas, fico impossibilitado de saber o autor. Esse monstro chamado Leya onde as Publicações Dom Quixote e outras estimadas editoras, estão alojadas, entende que isso não é importante.

Importante é o dinheirinho!

Uma mulher, Ana Magdalena Bach, de seu nome, casada, filhos, por Agosto, solitariamente, aporta a uma ilha do Caribe em que está sepultada sua mãe. 

Visita a campa onde sempre deixa um ramo de gladíolos.

Nas noites quentes da ilha senta-se no bar do hotel onde se hospedou, até que um qualquer alguém aparece, convida-a para uma bebida, ela bebe sempre um gin, trava conversa, os variados enigmas da solidão no crepúsculo da vida, enquanto uma mulata canta a audácia serena de um bolero e Ana sente no peito o esvoaçar de borboletas.

Em cada regresso a casa acaba por desvendar o motivo de a mãe ter escolhido aquela ilha e ali ser enterrada.

 Gabo nunca completou a revisão final e nas margens dos rascunhos, deixou a nota: «Este livro não presta. É preciso destruí-lo».

 Os filhos não o destruíram e acabaram por publicá-lo.

 A leitura das 88 páginas da novela permite-nos encontrar o estilo de Gabo mas falta-lhe aquele perfume que foi deixando nas suas obras.

Saramago nunca completou «Alabardas», provavelmente não deixou nenhuma nota sobre a publicação das páginas já escritas. Pilar del Rio entendeu que, apesar de tudo, deveriam ser publicadas.

Há quem defenda que originais não concluídos e devidamente afinados pelos seus autores, não deveriam ser publicados.

Não estou muito de acordo e acrescento que, no tocante a alguns autores, como por exemplo, Gabriel García Márquez e José Saramago, não serão prosas em estado puro mas saberemos que, muito dificilmente, encontraremos fruta tocada por falta de jardineiro.

1 comentário:

Seve disse...

Gabriel Garcia Marquez e José Saramago são efectivamente dois grandes vultos da Literatura e, não sei porquê, na sua escrita têem algo de comum.