Vemo-nos em Agosto
Gabriel García Márquez
Tradução: J. Teixeira de Aguilar
Publicações Dom Quixote, Lisboa, Março de 2024
Duas horas depois, Ana Magdalena lançou um último olhar de compaixão ao
seu próprio passado e disse adeus para sempre aos seus desconhecidos de uma
noite e às tantas e tantas horas de incertezas que ficavam dela própria
dispersas na ilha. O mar era um remanso de ouro sob o sol da tarde. Às seis,
quando o marido a vou entrar em casa arrastando sem mistérios o saco de ossos ,
não pôde resistir à surpresa.
- É o que resta da minha mãe – disse-lhe ela, e antecipou-se aos seu espanto. – Não te assustes – disse. – Ela entende. Mais ainda, acho que é a única que já o tonha entendido quando decidiu que a enterrassem na ilha.
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