Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha
alma.
E é tão lento o teu
soar,
Tão como triste da
vida,
Que já a primeira
pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas
perto
Quando passo, sempre
errante,
És para mim como um
sonho.
Soas-me na alma
distante.
A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o
passado,
Sinto a saudade mais perto.
Fernando
Pessoa
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