Ingénua Perigosa
Raymond Chandler
Tradução: Mascarenhas Barreto
Capa: Lima de Freitas
Colecção Vampiro nº 164
Livros do Brasil, Lisboa s/d
- Parecemos dois
namorados – disse eu – Estamos aqui sentados a conversar naturalmente como se
não tivéssemos qualquer preocupação. Simplesmente, porque ambos sabemos que, à
noitinha, estaremos na cadeia.
Voltou a erguer o
sobrolho. Prossegui:
- Você, porque
Clausen o tratava pelo nome próprio e deve ter sido a última pessoa com quem
ele falou. Eu, porque tenho andado a fazer todas as coisas que um detective
particular nunca deve fazer. A ocultar evidência, a esconder informação, a
descobrir corpos e a não procurar de chapéu na mão esses encantadores e incorruptíveis
polícias de Bay City. Oh, estou farto. Fartíssimo. Mas, esta tarde paira no ar
um ar silvestre. Não me parece que isso me importe. Talvez esteja apaixonado.
- Você esteve a
beber – observou lentamente,
- Apenas Chanel nº
5, beijos, o brilho pálido de uma pernas encantadoras e o convite trocista de
uns intensos olhos azuis. Coisas inocentes.
Pareceu mais
triste do que nunca.
- As mulheres são
capazes de debilitar terrivelmente um homem, não acha? - inquiriu
Sem comentários:
Enviar um comentário